Cyber-Spleen (teaser)

dezembro 22, 2012

O neon impávido da noite argumenta com minha sina. Alugam-se corpos, alinhados microscopicamente em nervos imateriais esganiçados. O dente estragado no mostruário da minha cara involuntária vibra escondido entre camadas de tecnologia biológica molhada de saliva matizada em cores como o óleo das baleias. Acéfalos e frios os órgãos calibrados e eufóricos. A benção da morfologia, a ereção de um simbolo fálico incandescente e com letras japonesas. Temperança. Engulo duas pilulas negras, o céu inverte. Vai trepar essa noite.

Você me ama mesmo chapada?
Não sei, penso que não, me preocupo com outras coisas, você entende não é querido? Vejo o mundo se abrir pra mim, sabe, torrencial mesmo, assim, porta e mais porta, tipo infinito entende? E você não sei, não vejo você, preciso falar que não vejo você, sou outra quando briso assim, sou brisa, brisa não ama, só voa por aí sabe. Não fique triste vai.
Tudo bem, é só mais uma bad trip pra mim.
Ela olhou pro céu da sala, iluminado de tempo parado. Voou pra longe dali, onde se sentiria segura, longe da bad trip do carente, do eterno carente, não queria uma sanguessuga naquele momento.

 

 

Você me ama mesmo chapada?

Não sei, penso que não, me preocupo com outras coisas, você entende não é querido? Vejo o mundo se abrir pra mim, sabe, torrencial mesmo, assim, porta e mais porta, tipo infinito entende? E você não sei, não vejo você, preciso falar que não vejo você, sou outra quando briso assim, sou brisa, brisa não ama, só voa por aí sabe. Não fique triste vai.

Tudo bem, é só mais uma bad trip pra mim.

Ela olhou pro céu da sala, iluminado de tempo parado. Voou pra longe dali, onde se sentiria segura, longe da bad trip do carente, do eterno carente, não queria uma sanguessuga naquele momento. Ele, ah, ele derreteu, ficou pequeno e sumiu debaixo do sofá, no outro dia foi embora pra sempre num pano de chão.